segunda-feira, 22 de outubro de 2007

NAS MADRUGADAS, PINTAM COISAS ESTRANHAS...


Certa madrugada, saímos em turma para mais uma serenata. Depois de percorrermos um trajeto de janelas, os seresteiros foram entregando os pontos e sobramos eu Rogério e Luizinho Parreco filosofando na madrugada. Eis que de repente, caiu uma chuva daquelas e tivemos de nos esconder debaixo da marquise do fórum.
A chuva caiu por uns 40 minutos e finalmente pudemos subir o morro que leva à rua de Cima.
Luizinho, que queria aproveitar mais o papo, nos seguiu e fomos num batido lento até chegarmos ao grupo da rua de cima. Duas luzes de postes haviam se queimado e ainda respingavam algumas gotas de chuva. Quando chegamos à encruzilhada do cemitério, vimos descendo, vindo da rua da matriz, uma cachorro todo molhado de chuva. Naquele instante, tive o instinto de chamar o bichinho, tão solitário e com frio na noite escura pra fazer um carinho. Ele veio chegando perto...comecei a acarinha-lo,quando por encanto, ele começou a rosnar de uma forma estranha e parecia que saiam faíscas dos seus olhos. Arrepiei todinho e o Luizinho também. Luizinho ainda comentou: - aqui é encruzilhada...pode ser que tenha baixado alguma coisa nesse cachorro.
Só sei que o bicho ficou transformado. Nos olhava de forma ameaçadora e ameaçava morder. Nos cercava, nos dominava. Tentamos voltar e ele deu a volta e nos cercou do outro lado. Tudo que tentávamos fazer, parece que o bicho pressentia.
Lembrei-me de rezar um pai nosso. Nesse instante minha mente clareou e resolvi encarar o cachorro e bater o pé. O bicho saiu correndo em disparada e corremos atrás dele até o grupo de cima. Aí, fica a dúvida: foi um espírito que baixou no cachorro ou nossa imaginação?

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